Resistência antimicrobiana na interface homem-ambiente frente a novos tratamentos de esgoto
A resistência aos antimicrobianos (RAM) é considerada uma ameaça à saúde pública, devido ao aumento da presença e da distribuição de microrganismos multirresistentes (MDR) às diversas classes de antimicrobianos disponíveis. Esse processo pode ser acelerado em consequência do uso indiscriminado de antimicrobianos na saúde humana, na saúde animal e na produção de alimentos, com fins econômicos e comerciais. O meio ambiente, portanto, é considerado um ponto chave por estar ligado diretamente e indiretamente aos seres humanos, animais e plantas.
Existem diversas diretrizes de limites máximos permitidos para substâncias químicas e alguns microrganismos em efluentes tratados (resíduos lançados no meio ambiente). No entanto, na maioria dos países, não há limites máximos estabelecidos para antimicrobianos e patógenos resistentes. No Brasil, a legislação permite que os hospitais lancem esgotos na rede municipal sem tratamento prévio, onde existam estações de tratamento de esgotos urbanos (ETE).
Nesse contexto, nossa pesquisa, em parceria com a Companhia de Saneamento do Estado do Paraná (Sanepar), tem como objetivo, em um primeiro momento, analisar amostras de efluente hospitalar sem tratamento, quanto à presença de bactérias resistentes de importância clínica e ambiental, assim como genes de resistência e resíduos de antimicrobianos.
Em um segundo momento, avaliar esses mesmos parâmetros após implantação de um pré-tratamento do efluente hospitalar, para que assim possamos minimizar os efeitos nocivos no meio ambiente.