Vacina terapêutica contra um câncer resistente à quimioterapia e inelegível à radioterapia: carcinoma de córtex adrenal do Sul e Sudeste do Brasil
Uma pesquisa do IPP, conduzida pelo cientista Bonald Figueiredo ao longo de mais de uma década, identificou que os estados do Paraná e de Santa Catarina apresentam uma das maiores incidências mundiais do carcinoma de córtex adrenal, causada pela mutação no gene TP53 p.R337H.
Feita essa descoberta, o pesquisador deu início a um projeto para desenvolver uma vacina terapêutica contra o câncer de córtex adrenal. O objetivo das vacinas antitumorais é mobilizar células do sistema imunológico e amplificar respostas imunes do organismo, que reconheçam o tumor e que trabalhem na eliminação dele, aumentando os índices de cura de crianças com câncer de córtex adrenal.
A pesquisa faz uso de células de tumor de pacientes em tratamento no Hospital Pequeno Príncipe e nas instituições parceiras, que são fundidas a células saudáveis de um doador compatível. É dessa fusão que surgem as células híbridas dendrítico-tumorais.
Como se trata de estudo pré-clínico, os testes são realizados primeiro em cultivo e em camundongos especiais. O maior desafio foi desenvolver o modelo de tumor de córtex adrenal da criança no estágio avançado nos camundongos, provando que tudo que acontece na criança acontece nesses animais que recebem os transplantes desses tumores. A segunda parte do projeto foi padronizar todas as etapas de produção da vacina com maior qualidade e maior rapidez.