Células-tronco derivadas da geleia de Wharton e da membrana amniótica para estudos de doenças neurológicas
As doenças neurodegenerativas são caracterizadas pela perda de neurônios ou de sua função devido fatores como idade, herança genética e ambientais. Como o próprio nome sugere, ocorre uma constante degeneração de células neuronais, que pode ser causada por estresse oxidativo, morte celular programada, neuroinflamação, entre outros.
Estudos com células-tronco adultas têm demonstrado que elas possuem capacidade regenerativa e potencial de diferenciação, e evidências sugerem que o efeito terapêutico dessas células não é devido à célula em si, mas, sim, aos efeitos parácrinos (forma de sinalização celular, em que uma célula libera hormônios ou moléculas sinalizadoras que agem em células vizinha).
Esses efeitos são causados pelos componentes extracelulares secretados pelas células como, por exemplo, os exossomos, que são estruturas ricas em material genético, como microRNAs (miRNA), e possuem um papel importante na comunicação célula-célula e na imunomodulação.
Foi proposto inicialmente o estabelecimento de terapias para as Doenças de Parkinson e de Alzheimer, doenças neurodegenerativas mais prevalentes, baseadas nos miRNAs presentes nos exossomos derivados das precursoras neuronais e dessas células propriamente ditas, e derivadas da diferenciação de células-tronco oriundas, células-tronco de cordões umbilicais e membranas amnióticas para a leucodistrofia Metacromática.
Após o isolamento e cultivo destas células-tronco e diferenciadas em precursoras neuronais, será realizado o isolamento dos exossomos e, posteriormente, dos miRNAs que serão testados in vitro quanto à toxicidade em leucócitos, obtidos a partir da coleta de amostras de sangue, e em células de linhagens neuronais.
Também será determinada a expressão global de miRNAs (global profiling) e os miRNAs com relevância ao fenótipo de doenças neurodegenerativas (ou neurogênese) serão selecionados, baseados na expressão diferencial dos miRNAs, genes alvos e análises computacionais de enriquecimento funcional.
Será avaliada a funcionalidade desses miRNAS através de ensaios de proliferação celular e efeitos na neuroinflamação. Ensaios in vivo com determinados modelos de doença serão realizados para as análises de eficácia terapêutica. Paralelamente, serão realizados ensaios de nanocompósitos para veicular as terapias quer miRNAs, exossomos ou células.