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    Pesquisadores do Instituto marcam presença no IV Simpósio Araucária

    26 de setembro de 2024


    Bonald Cavalcante de Figueiredo, diretor-científico do IPP, foi um dos palestrantes no IV Simpósio Araucária, realizado em Curitiba.

    O Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) esteve representado no IV Simpósio Araucária em Biologia Celular e Molecular, realizado entre os dias 16 e 18 de setembro, na Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba. O evento, organizado pela UFPR e pela Fiocruz Paraná, reuniu pesquisadores e estudantes de diferentes regiões do Brasil para discutir os avanços mais recentes nas áreas de biologia celular e molecular e nas interações entre hospedeiros e patógenos. A participação dos pesquisadores do IPP Bonald Cavalcante de Figueiredo e Luciane Regina Cavalli foi de grande relevância, consolidando o papel do Instituto na vanguarda da pesquisa translacional e do desenvolvimento de novas abordagens terapêuticas.

    Bonald Cavalcante de Figueiredo, diretor-científico do IPP, foi um dos palestrantes da mesa-redonda intitulada “Desafios e novas abordagens terapêuticas contra o câncer”, na qual compartilhou suas experiências e conhecimentos em pesquisas sobre o câncer de córtex adrenal, com foco nas novas terapias imunológicas e no papel das mutações hereditárias na incidência da doença no Paraná. Em sua apresentação, Bonald ressaltou a importância das colaborações interinstitucionais e internacionais para o avanço das pesquisas científicas. Ele destacou que as parcerias entre o IPP, a UFPR e outras instituições possibilitam a troca de conhecimentos que individualmente seria mais difícil de ocorrer. “A parceria que já existe entre as instituições, entre a Universidade Federal do Paraná, nós do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe e outros departamentos da Federal, tem avançado bastante. Isso nos permite trazer conhecimentos que, individualmente, não poderíamos alcançar”, afirmou.

    Durante sua apresentação, Bonald ofereceu uma visão ampla sobre suas investigações, com ênfase no desenvolvimento de novos métodos diagnósticos e terapias inovadoras para o câncer de córtex adrenal. Ele chamou atenção para os estudos conduzidos sobre mutações hereditárias em famílias do Paraná, associadas ao aumento da incidência de câncer. “Hoje já somam sete mutações hereditárias, todas elas relacionadas com o aumento de câncer em famílias do Paraná. E mais recentemente, nos últimos cinco anos, temos investido muito na pesquisa antitumoral”, destacou. Bonald também mencionou a transição que sua linha de pesquisa vem experimentando, migrando das terapias convencionais para novas abordagens que utilizam o sistema imunológico. “Nos últimos cinco anos, migramos para a terapia envolvendo o sistema imunológico. Falei especificamente da terapia que usamos aqui em modelos pré-clínicos para, posteriormente, avançarmos para uma terapia clínica”, explicou.

    O IPP vê na participação em eventos como o IV Simpósio Araucária uma oportunidade de fortalecer redes de colaboração e ampliar a visibilidade de suas pesquisas. Para Bonald, essas interações são fundamentais tanto para o Instituto quanto para os estudantes, que têm a chance de conectar-se com especialistas e inteirar-se sobre os avanços em suas áreas de estudo. “Eventos como este são a melhor maneira para os alunos saberem o que está acontecendo. Temos que tentar estreitar e fazer redes de colaboração para alcançar novas etapas que seriam menos viáveis sozinhos”, observou. A presença do IPP no simpósio, portanto, reflete seu compromisso com o desenvolvimento científico e a formação de novos pesquisadores.


    Luciane Cavalli apresentou contribuições de sua equipe no campo da oncologia, destacando a importância da pesquisa translacional.

    Já a pesquisadora Luciane Regina Cavalli, também do IPP, foi outra palestrante do evento, participando da mesa-redonda “Da bancada para o leito do hospital – pesquisas translacionais e medicina personalizada”. Em sua palestra, intitulada “Pesquisa translacional em oncologia: genômica, epigenômica e estratégias terapêuticas personalizadas”, Luciane apresentou as contribuições de sua equipe no campo da oncologia, destacando a importância da pesquisa translacional, que atua como ponte entre as descobertas laboratoriais e a prática clínica. Ela enfatizou como esse tipo de pesquisa é essencial para o desenvolvimento e validação de novos marcadores moleculares e alvos terapêuticos. “A participação nesta mesa-redonda, ao lado de colegas que conduzem pesquisas translacionais de alto nível, foi uma excelente oportunidade para a troca de conhecimentos e experiências nessa área. A pesquisa translacional desempenha um papel estratégico nos centros de pesquisa em saúde, pois atua como uma ponte entre as descobertas científicas no laboratório e sua aplicação na prática clínica”, realçou.

    Luciane também expôs os principais projetos de sua equipe no IPP, focados na aplicação das pesquisas em oncologia diretamente na prática clínica. Os projetos buscam caracterizar as alterações genômicas e epigenômicas, particularmente dos miRNAs, presentes nos tecidos tumorais, explorando suas implicações no diagnóstico, prognóstico e resposta ao tratamento. A pesquisadora discutiu o perfil genômico e a expressão de miRNAs e mRNAs em amostras de tecido tumoral e biópsias líquidas, destacando o papel dessas análises para entender a origem e a progressão dos tumores, além da resistência ao tratamento.

    Outro ponto central abordado por Luciane foi o uso de modelos tumorais “ex-vivo”, baseados em células condicionalmente reprogramadas derivadas de pacientes com câncer. Esses modelos permitem uma avaliação em tempo real da eficácia de agentes quimioterápicos e terapias-alvo, auxiliando na definição de estratégias terapêuticas mais eficazes e personalizadas para cada paciente. Essa abordagem inovadora reforça a importância da pesquisa translacional no contexto da medicina personalizada, contribuindo diretamente para o avanço do tratamento oncológico.

    O IV Simpósio Araucária em Biologia Celular e Molecular, realizado a cada dois anos, reafirmou a relevância da pesquisa colaborativa e interdisciplinar no avanço da ciência e da medicina, com o desenvolvimento de novas terapias que têm o potencial de transformar o tratamento de doenças complexas, como o câncer. O evento foi uma oportunidade valiosa para o IPP compartilhar seus avanços e fortalecer sua posição como um dos centros de referência em pesquisa translacional no Brasil.


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