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    Biobanco do HPP/IPP tem cerca 30 mil amostras atualmente e foi o primeiro do Paraná

    1 de setembro de 2025
    Fachada do Biobanco do Complexo Pequeno Príncipe, referência em preservação de amostras biológicas. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe)

     

    Com um acervo de cerca de 2.700 participantes e 30 mil amostras congeladas e em parafina atualmente, o Biobanco do Hospital Pequeno Príncipe (HPP)/Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) foi o primeiro biobanco do Paraná, oferecendo material biológico humano de alta qualidade para pesquisas pediátricas e oncológicas.

    O Biobanco nasceu da parceria St. Jude Comprehensive Cancer Center–Pequeno Príncipe Research Institute Twinning Program, financiada pelo NIH/NCI (EUA), por meio de um projeto coordenado por Gerard Zambetti (St. Jude) e Bonald Figueiredo, diretor-científico do IPP e diretor do Biobanco, e iniciou as atividades em 2016. “Criamos uma estrutura para coletar, armazenar e distribuir amostras biológicas humanas, normais e patológicas, de participantes de todas as idades, garantindo suporte a pesquisas que visam a reduzir a mortalidade por câncer e outras doenças complexas na infância”, explica Figueiredo.

    Funcionamento: da coleta à distribuição

    A estrutura do Biobanco tem capacidade para 230 mil amostras e conta com um laboratório, sala de cultivo celular, sala de armazenamento com tanques de nitrogênio líquido, ultrafreezers, Sala Limpa (terapia celular) e sistema de monitoramento 24 horas. As coletas ocorrem nos centros cirúrgicos do HPP, Hospital Erasto Gaertner e Erastinho, e enfermarias, mediante consentimento livre e esclarecido. “Adotamos fluxos padronizados para rápida preservação de biomoléculas — DNA, RNA e proteínas — imediatamente após a cirurgia, garantindo integridade para análises futuras”, detalha Bonald.

    Tanques de nitrogênio líquido mantêm amostras biológicas em temperaturas ultrabaixas, garantindo sua preservação para pesquisas futuras. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe/Wynitow Butenas)

     

    O Biobanco faz a coleta e armazenamento de material biológico específico para projetos de pesquisa do IPP e pesquisadores externos. Ao entrar na estrutura, todas as amostras são codificadas, com rastreabilidade do material por meio de um sistema de gerenciamento. O acesso ao material é permitido a pesquisadores com aprovação ética em comitê (CEP/Conep) e parceria institucional formalizada.

    Biobanco x Biorrepositório: qual é a diferença?

    Para a coordenadora do Biobanco, Heloisa Komechen, “o Biobanco se distingue do Biorrepositório pela gestão institucional das amostras, que podem ser usadas em diversos projetos, compartilhadas entre grupos e não precisam ser descartadas ao fim de um estudo”. Conforme a Resolução CNS n.º 441/2011, Biobanco é “coleção organizada de material biológico humano e informações associadas, coletado e armazenado para fins de pesquisa, sob responsabilidade institucional”.

    O criostato permite realizar cortes ultrafinos de tecidos, essenciais para análises microscópicas. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe/Wynitow Butenas)

     

    Desafios e financiamentos

    O maior obstáculo na implantação foi de ordem financeira. Entre 2015 e 2017, o IPP contou com recursos da empresa RUMO (via BNDES) e do Complexo Pequeno Príncipe, com apoio do “Rei do Futebol”, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, para erguer a nova sede. Desde 2018, aportes do Pronon (Sipar 25000.000749/2017-34) viabilizaram aquisição de equipamentos e montagem da Sala Limpa para terapia celular.

    Heloísa Komechen coordena a equipe do Biobanco, contribuindo para pesquisas que ajudam a transformar a saúde de crianças e adolescentes. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe/Wynitow Butenas)

     

    Impacto científico e perspectivas

    O Biobanco HPP/IPP atende a vários projetos de oncologia pediátrica, e os principais tumores estudados são de córtex adrenal, neuroblastoma, do sistema nervoso central e sarcomas. Também contribuiu para o estudo do transtorno do espectro autista e colabora com a primeira pesquisa de uma vacina terapêutica em andamento. “A raridade de amostras pediátricas torna nosso acervo vital para trabalhos representativos e para o desenvolvimento de novas ferramentas diagnósticas e terapêuticas”, ressalta Heloisa Komechen.

    Nos planos futuros estão a expansão do acervo, parcerias nacionais e internacionais e oferta de serviços que garantam a sustentabilidade do Biobanco, reforçando seu papel estratégico no avanço da pesquisa científica pediátrica.

     

    Para saber mais:

     

     

     


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