Estudo revela potencial do cogumelo no combate ao câncer e fortalecimento do sistema imune

Um projeto de pesquisa realizado pelo Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP) e pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) está investigando como substâncias extraídas de cogumelos comestíveis e medicinais podem beneficiar a saúde. Liderado pela pesquisadora Fhernanda Ribeiro Smiderle, do IPP, o estudo explora os efeitos do Agaricus bisporus, conhecido como cogumelo Paris, na ativação do sistema imunológico e no combate a células tumorais.
A chave para esses efeitos positivos parece estar na betaglucana-1,6, um composto extraído do cogumelo Paris. Em pesquisas de laboratório, Fhernanda e sua equipe observaram que esse composto estimula o sistema imune a combater infecções e doenças. O estudo começou em 2010, quando a pesquisadora estudava na UFPR. Desde então, publicações científicas mostraram que a betaglucana-1,6 realmente possui efeito “imunoestimulador“, ou seja, ajuda a fortalecer as defesas naturais do corpo.
Em uma fase mais recente, entre 2018 e 2020, a equipe de Fhernanda realizou uma parceria com a UFPR, focando na aplicação desse composto em tratamentos de câncer. Nos testes, eles verificaram que a betaglucana-1,6 potencializou a eficácia de quimioterápicos contra células de um tipo agressivo de câncer de mama. Isso aconteceu porque a betaglucana-1,6 ajudou a ativar o sistema imune, que passou a combater o tumor ao liberar substâncias que atacam diretamente as células malignas.
Além disso, outro estudo da equipe demonstrou que o composto é capaz de agir diretamente em células tumorais, reduzindo sua capacidade de sobrevivência ao bloquear sua respiração celular, um processo essencial para a energia e crescimento dessas células.
“Embora os estudos sobre betaglucanas mostrem que esses compostos são seguros e possuem diversos efeitos benéficos, ainda precisamos investigar mais para determinar suas aplicações práticas como suplementos alimentares, medicamentos ou cosméticos”, afirma a pesquisadora.
A equipe responsável pela pesquisa conta, além de Fhernanda Ribeiro Smiderle, com Renata Rutckeviski, o doutorando Jean Felipe dos Santos, a doutoranda Rafaela Guedes Pozzobon e o mestrando Mauricio Kodgi Ivano Filho, todos do IPP e do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP).