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    Doutoranda da FPP/IPP é aprovada para intercâmbio na Itália com projeto sobre opioides

    15 de agosto de 2025
    Luíza Siqueira Lima e a orientadora Claudia Oliveira em frente à Faculdades Pequeno Príncipe, de onde parte a pesquisa que vai atravessar o Atlântico rumo à Itália. (Foto: Complexo Pequeno Príncipe / Ricardo Marques de Medeiros)

    A doutoranda Luíza Siqueira Lima, aluna do Programa de Pós-Graduação em Biotecnologia Aplicada à Saúde da Criança e do Adolescente, da Faculdades Pequeno Príncipe (FPP) e do Instituto de Pesquisa Pelé Pequeno Príncipe (IPP), foi aprovada para realizar um doutorado sanduíche na Universidade de Padova, na Itália. A oportunidade internacional integra a chamada Mobility Confap Italy 2025, voltada à mobilidade de pesquisadores brasileiros para instituições italianas. Com duração de seis meses, a experiência deve iniciar em setembro deste ano e é viabilizada por bolsa concedida pela Fundação Araucária, via edital do Confap.

    A seleção representa um marco na formação acadêmica de Luíza, que irá desenvolver uma revisão sistemática e meta-análise sobre o perfil do uso de opioides na Europa. A proposta se alinha ao estudo coordenado pela pesquisadora Claudia Oliveira (FPP/IPP), que a doutoranda já desenvolve no Brasil, com foco em farmacoepidemiologia, efeitos adversos e padrões de prescrição desses medicamentos. “Ter um panorama internacional é de suma importância para realizar comparativos com a realidade nacional. Muitos países enfrentam uma epidemia de opioides, e entender esses padrões pode trazer percepções valiosas para o Brasil”, destaca.

    A orientação internacional será feita pelo professor Dario Gregori, da Universidade de Padova, referência em epidemiologia clínica, saúde digital, bioestatística e revisões sistemáticas. “A escolha da Universidade de Padova partiu de mim, justamente por já trabalhar com farmacoepidemiologia no projeto atual e saber o quanto essa experiência agregará profissionalmente”, afirma Luíza.

    Segundo a professora e orientadora Claudia Oliveira, a vivência no exterior fortalecerá não apenas a formação de Luíza, mas também a consolidação do projeto. “Ampliar a pesquisa para um panorama internacional permitirá comparativos entre realidades distintas e aprofundamento em temas ainda pouco explorados no Brasil, como os efeitos do uso de opioides prescritos em larga escala”, avalia. Ela realça ainda que países europeus já enfrentam há mais tempo os desafios associados a essa classe de medicamentos, o que torna a cooperação ainda mais relevante.

    O projeto coordenado por Claudia envolve três frentes principais: uma revisão sistemática sobre efeitos adversos de opioides, a análise de dados nacionais sobre intoxicações notificadas ao DataSUS/Sinan, e o levantamento de casos de intoxicação em 284 crianças e adolescentes atendidos em um hospital pediátrico de grande porte — dos quais mais de cem já foram confirmados como intoxicações por opioides. Além disso, um questionário está sendo aplicado com médicos para avaliar o conhecimento sobre o uso desses medicamentos. “Identificar padrões de uso e efeitos adversos é essencial para aprimorar protocolos de prescrição e prevenir danos à população”, explica a pesquisadora.

    A colaboração com a Universidade de Padova e com o professor Gregori será estratégica também para ampliar o alcance internacional das publicações científicas derivadas da pesquisa. Um dos artigos, intitulado Harmful Effects of Prescribed Opioids: A Systematic Review on Pediatric Patients and the General Population, está em processo de publicação com a participação dos professores Cristiano Matos e João José Joaquim, do Instituto Politécnico de Coimbra (Portugal) — também parceiro do projeto. Além deles, integram a equipe a pesquisadora Carolina Prando (IPP), a professora Quelen Garlet (UFPR) e Viviane Serra Melanda (Sesa/PR).

    A chamada internacional do Confap foi lançada em fevereiro de 2025, como resultado de um acordo com a Universidade de Bolonha e a Rede das Universidades Italianas. A iniciativa busca estimular a cooperação científica e tecnológica entre os dois países por meio do intercâmbio de pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado. A bolsa da doutoranda é financiada pela Fundação Araucária.

    “Este programa de mobilidade trará à Luíza uma oportunidade única de enriquecimento pessoal e acadêmico, além de dar um grande destaque à pesquisa de qualidade realizada pelo FPP/IPP. O engajamento multicultural e a contribuição de mais países neste projeto trarão à pesquisa alcance e impacto científico ainda maiores. Nos orgulhamos imensamente da jornada da Luíza e de sua orientadora, a professora Claudia Oliveira”, ressalta Regina Poleza Toazza, coordenadora do Núcleo de Educação e Relações Internacionais da FPP.

    Para Luíza, a experiência representa não só um avanço na sua trajetória científica, e sim também uma contribuição significativa para um tema de relevância crescente na saúde pública global: “Compreender melhor o uso de opioides, seus riscos e padrões internacionais é uma forma de trazer soluções e prevenir que o Brasil enfrente uma crise semelhante à de outros países. É uma grande responsabilidade, mas também uma grande oportunidade.”


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